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Por que um tablet com Windows 7 nunca será um sucesso?


Fonte da imagem: Zahipedia
Quando o assunto é o mundo dos tablets, é inegável o domínio exercido pelo iPad da Apple. Desde que foi lançado, o aparelho se tornou uma espécie de ponto de partida para qualquer concorrente que tente roubar a liderança do mercado – se não apresentar pelo menos os mesmos recursos, dificilmente outro aparelho consegue chamar a atenção.
Partindo disso, impressiona a insistência da Microsoft em tentar transportar a mesma experiência dos desktops para um ambiente portátil. Embora o Windows 7 seja uma ótima evolução em relação às versões anteriores do sistema operacional (especialmente o horrível Vista), ele não é exatamente a melhor opção quando se fala de aparelhos portáteis.
Neste artigo listamos os principais motivos pelos quais a produção de um tablet baseado em qualquer versão do Windows 7 simplesmente não é uma boa ideia. Comparações com o iPad serão inevitáveis, já que não dá para ignorar o líder de mercado e tudo que o aparelho fez corretamente. Depois de ler nossa análise, não deixe de registrar sua opinião em nossa seção de comentários.

Pouco suporte ao touchscreen

Um dos grandes atrativos para quem prefere investir em um tablet no lugar de um notebook ou netbook é a maior portabilidade. Ou seja, esqueça acessórios como mouse e teclado – o negócio dos tablets realmente é uma tela grande e completamente compatível com a navegação por toques.

E é justamente aí que está o problema do Windows 7. Como o sistema operacional foi feito pensando primeiro em usuários de desktops, todo o produto foi desenvolvido para ser utilizado através da combinação mouse e teclado.
Tudo bem, através do Windows Touch é possível navegar pelo computador através de gestos da mesma maneira que um smartphone. Porém, a forma como o sistema operacional organiza suas janelas simplesmente não é feita para o toque.
Tome-se como exemplo a interface ribbon da família Office, que reúne em sua parte superior comandos como a contagem de palavras e controles de formatação. Com o mouse tudo isso é perfeitamente acessível, mas pense no quanto será difícil conseguir fazer isso com a ponta do dedo – especialmente na tela pequena de um tablet, com no máximo 10 polegadas.
Assim como o iOS bem demonstrou, sistemas operacionais baseados em toques precisam ter menus bem organizados e com comandos fáceis de acessar, devido à falta de precisão oferecida pela navegação através dos dedos. Encher a tela de opções muito próximas às outras só gera dor de cabeça e frustração para o usuário.

Situação que se reflete nos programas

Um dos grandes atrativos de um tablet baseado no Windows 7 sem dúvida é a compatibilidade com uma grande quantidade de programas. Editores de textos, jogos, players de música – basta pensar em uma categoria para vir à mente diversos nomes famosos totalmente adaptados ao sistema operacional.
Porém, de que adianta poder rodar seu jogo favorito se a interface não é compatível com toques? Assim, aquela experiência que é surpreendente no desktop pode se tornar decepcionante em um tablet.
A falta de um marketplace organizado como o presente no Android e no iOS significa que a experiência disponível será exatamente a mesma de um desktop. É claro, somando a isso uma interface touchscreen pouco otimizada. O resultado não é dos mais agradáveis, especialmente em telas pequenas.

Hardware variável e imprevisível

Uma das grandes jogadas do Windows e que responde por grande parte da popularidade do sistema operacional é a compatibilidade com uma quantidade praticamente infinita de combinações de peças.
Ótimo para o ambiente de desktops, em que investir em upgrades é uma tarefa simples e que não exige comprar uma máquina totalmente nova para rodar novidades. Já quando se fala em tablets, toda essa variação de hardware não é exatamente uma boa notícia.

As restrições presentes no iOS e no Android, por exemplo, limitam o número de hardwares compatíveis, mas em contrapartida entregam uma experiência de uso mais otimizada. Já o Windows 7 vai ter que lidar com diversas combinações de processadores, aspectos de exibição das telas, controles, entre outros fatores – o resultado é um sistema com mais espaço para falhas e que não proporciona a mesma experiência para todos os usuários.
Some-se isso aos requisitos necessários para rodar o sistema operacional em uma máquina com as restrições de preços dos tablets e a receita para o fracasso está feita. Não é de se estranhar se surgirem no mercado produtos que, apesar de terem os requisitos mínimos pra ter o Windows 7, seriam muito mais eficientes com o XP instalado. Nem é preciso ir muito longe para ver essa situação ocorrer, basta ver os notebooks comercializados por algumas empresas.

Bateria e tempo de inicialização

Quem possui um iPad sabe que uma das características mais atrativas do aparelho é o longo tempo de vida que a bateria possui. As 10 horas de uso contínuo disponível significam não ter que recarregar o aparelho durante um bom tempo, o tornando uma ótima opção para acessar emails ou fazer postagens rápidas no Twitter quando se está longe de uma fonte de energia.
Já com o Windows 7, a história é bastante diferente. Os processadores Atom da Intel, muito utilizados em dispositivos móveis e que podem ser a opção da Microsoft, utilizam a bateria em um ritmo muito mais rápido do que o dispositivo da Apple.
Fonte da imagem: HP
Outro problema está relacionado mais uma vez ao fato do sistema operacional ter sido feito para desktops. Além de não estar programado para equipamentos que estão sempre ligados, o processo de inicialização do sistema operacional é uma tarefa lenta – mesmo em máquinas com hardware de primeira linha, é preciso esperar cerca de um minuto para isso acontecer.
Esses fatores combinados dificultam muito em obter a experiência que se espera de um tablet: um aparelho portátil de fácil acesso, com uma bateria durável e que permita acessar rapidamente qualquer aplicativo com um tempo mínimo de espera.

É um sistema da Microsoft

Independente de preferência por um determinado sistema operacional, o fato é que, apesar das qualidades, o sistema da Microsoft requer uma grande quantidade de manutenção por parte dos usuários.
Em um ambiente portátil, seria estranho ter de instalar e rodar constantemente um software antivírus. E não pense que daria para se livrar disso: como o Windows 7 é um dos principais alvos de hackers de todo o mundo, um tablet desprotegido não demoraria até ser infectado por algum software malicioso após algumas horas de navegação.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons
Isso sem contar com os diversos aplicativos com os quais qualquer usuário constante do sistema operacional já se acostumou. Desfragmentadores, otimizadores de desempenho, softwares de limpeza, pacotes de codec de áudio e vídeo, entre outros. A lista é imensa, e se estende conforme o uso para qual a máquina é destinada.
Além disso, iria se repetir uma situação bastante comum em qualquer computador com o software da Microsoft instalado. Após cerca de um ano de uso, o tablet começaria a perder desempenho devido às várias mudanças no registro do sistema operacional.
O resultado disso tudo é uma situação que nunca passou pela cabeça dos donos do iPad: formatar o aparelho. Um processo simples em um desktop, mas que não parece muito fácil de realizar em um tablet.

Windows Phone 7

A última razão pela qual o Windows 7 não parece uma boa opção para tablets é o fato da Microsoft possuir uma alternativa muito mais atrativa. Assim como o iOS e o Android, a transição do Windows Phone 7 para tablets parece inevitável e muito mais competente do que usar o sistema operacional feito para desktops.
Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft
Assim, não é de se espantar caso a Microsoft anuncie uma mudança de planos e decida focar seus esforços portáteis em um produto diferente do atual. A impressão que fica é que a empresa só está lançando tablets baseados no Windows 7, enquanto aguarda o momento certo para anunciar um tablet totalmente compatível com o Windows Phone 7. Após isso acontecer, os produtos baseados no sistema para desktop devem ser totalmente esquecidos.

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