Em 2009 a Intel anunciou uma nova tecnologia que estava em desenvolvimento. Este projeto pretendia dobrar as velocidades prometidas pelas conexões USB 3.0 e permitiria que os sistemas de multitarefas atingissem um novo patamar. Na ocasião, o novo padrão foi apresentado com o nome de Light Peak (Pico de Luz, em português).
Um ano depois, durante a IDF 2010 (mesmo evento da Intel) a empresa mostrou alguns avanços significativos no desenvolvimento do Light Peak, mas ainda não se sabia se alguma fabricante de computadores estaria disposta a arriscar a instalação deste padrão, em vez de optar pelo esperado USB 3.0.
Apple: e começam os rumores
Já em fevereiro de 2011 começaram a surgir muitos boatos acerca de possíveis novas linhas de computadores da Apple. Como tudo o que envolve a empresa de Steve Jobs, estes possíveis lançamentos envolviam uma série de rumores. Entre elas estava a chegada de um novo padrão de transmissão de dados.
Fonte da imagem: divulgação/Apple
Logo se pensou no formato da Intel, mas nada foi confirmado. Os rumores continuaram a surgir e evoluir, até que chegou à imprensa internacional um nome que não era conhecido até então: Thunderbolt. Apesar de grande parte da mídia especializada apostar neste nome, muitos recusaram-se a acreditar que o Light Peak havia sido alterado. Até o dia 24 de fevereiro.
Um novo nome para o Light Peak
Na manhã do dia 24, a loja de produtos da Apple ficou fora do ar. Não demorou para que todos acreditassem que em poucas horas a página voltaria ao funcionamento normal, já com a nova linha dos notebooks MacBook Pro cadastrada. E foi exatamente isso que aconteceu: os computadores foram anunciados e traziam a já mencionada tecnologia Thunderbolt.
Fonte da imagem: divulgação/Apple
Com o novo padrão de conexões, a Apple não pretende acabar com os já conhecidos e consagrados conectores USB. Investindo na parceria que possui com a Intel, a empresa de Cupertino quer mesmo é levar o que há de mais moderno para seus consumidores. Thunderbolt é mais do que velocidade, é também uma nova gama de possibilidades.
Velocidade! Mais velocidade!
Uma conexão USB 2.0 comum, permite a transmissão de dados em velocidades de até 480 Mbps, o que equivale ao envio de até 60 MB em um segundo. O padrão mais recente desta conexão é muito mais veloz, podendo chegar a velocidades de até 5 Gbps (ou até 600 MB por segundo), mas trabalha um pouco abaixo disso.
Quando analisamos o Thunderbolt, vemos que este tipo de transmissão pode chegar aos 10 Gbps, equivalendo ao envio de quase 1.280 MB em apenas um segundo. Acha muito? Saiba que em breve este valor deve ser aumentado em 1 mil por cento, graças ao novo desejo da Intel: abandonar o cobre para colocar fibra ótica nos cabos e conectores.
Fonte da imagem: reprodução/Apple
Estima-se que esta troca garantiria pelo menos 100 Gbps de velocidade ao Thunderbolt. Ou seja, por segundo poderia ser transferido um filme completo em resolução 1080p entre dois dispositivos. Com a atual configuração do padrão, o mesmo arquivo precisaria de cerca de 15 segundos para transmitir o mesmo arquivo.
Thunderbolt: um novo conector?
Engana-se quem pensa que para a chegada do Thunderbolt os engenheiros da Apple e da Intel tiveram de buscar um novo desenho de conexão. Para ampliar o poder de abrangência do formato, foi escolhido o mesmo desenho do já utilizado DisplayPort. Sabe qual a grande vantagem disso?
Além de não excluir do mercado todos os periféricos que já estava adaptados ao DisplayPort, a porta Thunderbolt torna-se mais versátil do que a grande maioria de formatos já utilizados. Podem ser enviados dados com altíssimas velocidades e também podem ser conectados monitores externos pela mesma porta.
Fonte da imagem: divulgação/Apple
Isso sem falar na enorme quantidade de possibilidades que são garantidas com a utilização de adaptadores. Cabos Ethernet, FireWire, USB, HDMI, VGA e DVI (entre outros) podem ser ligados à entrada Thunderbolt por eles. Mesmo assim, os computadores não devem abandonar o USB (pelo menos o MacBook Pro chega às lojas com ambos).
Outra vantagem que o DisplayPort apresenta é relacionada às patentes. Diferentemente dos conectores HDMI e alguns outros, o DisplayPort é aberto, por isso qualquer empresa pode utilizá-lo para criar periféricos sem a necessidade de pagar royalties para a empresa detentora dos direitos da marca.
Entrada e saída
Você pode até dizer que o seu pendrive também funciona como entrada e saída de arquivos, mas irá concordar com o Baixaki quando parar para pensar que as velocidades de leitura e escrita de dados são bastante díspares. Isso acontece porque o padrão USB não possui a mesma banda de envio, que possui de recebimento das informações.
Fonte da imagem: reprodução/Intel
Diferente disso, o Thunderbolt traz conexões internas capazes de realizar as trocas com a mesma velocidade de saída e entrada. Isso garante a utilização do padrão para a transmissão de vídeos em alta definição para vários monitores ao mesmo tempo. Se o computador possuir altas capacidades de processamento, podem ser vários vídeos em vários monitores.
Protocolo duplo
É este o nome do recurso que permite a versatilidade dos conectores. Ao mesmo tempo, são reconhecidos os sinais da DisplayPort e dos dispositivos PCI Express. Os sinais chegam até o chip controlador Thunderbolt, que unifica as informações e repassa para o outro conector por meio dos cabos Thunderbolt.
Vale lembrar que o sinal PCI Express funciona como entrada e saída, aproveitando a capacidade dual-channel do Thunderbolt. Já DisplayPort é transmitido em via única, ou seja, o computador apenas envia sinal para monitores externos ou placas de captura, não sendo possível receber informações por ele.
Interconexão de dispositivos
Talvez este seja o melhor recurso de todos os já apresentados em relação ao Thunderbolt. Com a utilização de hubs, vários dispositivos podem ser ligados ao mesmo tempo, sendo que eles são conectados não apenas com o hub principal, mas também entre si. Ou seja, computadores, monitores, impressoras e qualquer outro eletrônico ligado via Thunderbolt pode se comunicar com outro ligado à mesma central.
Fonte da imagem: divulgação/Apple
E nem sempre é necessário um destes hubs. Caso o computador ou outro aparelho possua mais de uma conexão Thunderbolt, este dispositivo torna-se também um retransmissor de dados. Desta maneira, qualquer eletrônico ligado pelo novo padrão passa a fazer parte de uma rede integrada de dispositivos Thunderbolt.
Como pode ser visto nos vídeos, isso permite que monitores fiquem conectados entre si, garantindo maiores expansões de imagem e melhorias na experiência da computação. Outra possibilidade que já foi mostrada liga servidores externos a monitores e notebooks, garantindo o streaming entre HD externo e computador em tempo real, com velocidade de 800 MB por segundo.
E se eu não gostar dos processadores Intel?
Muitos usuários perguntam se será possível utilizar dispositivos Thunderbolt em computadores que não utilizam processadores da Intel. Felizmente, a própria fabricante já se manifestou, informando que até os chips ou chipsets da empresa não serão necessários, apesar de serem de domínio da marca.
O que já temos no mercado?
Como toda nova tecnologia, deve demorar algum tempo até que seja possível encontrar várias possibilidades de eletrônicos que contem com os padrões Thunderbolt. Mesmo assim, algumas empresas já estão produzindo materiais com a conexão da Intel. E é preciso admitir, tudo o que foi apresentado até agora promete muita qualidade.
MacBook Pro
Como dissemos no início do artigo, a Apple foi vítima de muitos rumores envolvendo a tecnologia da Intel, que até há pouco se chamava Light Peak. E alguns rumores estavam certos, como é o caso do Macbook Pro, que surgiu no dia 24 de fevereiro com processadores Intel Core Sandy Bridge e também o novo Thunderbolt.
Fonte da imagem: divulgação/Apple
Este notebook de alta potência da Apple é a primeira demonstração real do novo padrão e, provavelmente, será a única por alguns meses. Isso porque deve demorar alguns meses até que outras fabricantes de computadores também se adaptem ao modo de transmissão de altas velocidades.
Periféricos
Um dos primeiros periféricos anunciados para as conexões Thunderbolt é um sistema RAID da Promise, o Pegasus. São dois modelos diferentes de torres, podendo armazenar até seis HD de até 2 terabytes cada. Ou seja, com a versão mais robusta (R6), podem ser conectados 12 TB de informações aos computadores, tudo por meio das conexões Thunderbolt.
Mas para quem precisa de um pouco menos de potência, também existe a versão mais modesta, que possui apenas quatro baias. Também suportando até 2 terabytes, a capacidade máxima do Promise Pegasus R4 é de 8 terabytes. Ambos devem chegar ao mercado internacional ainda no primeiro semestre de 2011.
Outra marca que já prometeu alguns dispositivos Thunderbolt é a LaCie. Também especializada em armazenamento, a empresa estaria produzindo alguns de seus já conhecidos LaCie Little Big Disk com as novas conexões, para garantir muito mais velocidade na troca de informações entre os dispositivos conectados.
E de volta aos rumores, há informações de que a Nikon estaria produzindo algumas câmeras SLR com conectores Thunderbolt. A grande vantagem disso é que fotógrafos profissionais poderiam descarregar suas fotos com muito mais velocidade, diminuindo o intervalo entre sessões, por exemplo.
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