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Tecnologias pós-morte: como elas facilitam a vida no além

Morte: tecnologias podem ajudar a amenizar a dor?
Infelizmente, querendo ou não, a morte é algo que todos nós teremos que enfrentar em algum momento. Além da nossa própria, a partida de entes queridos do nosso convívio também é parte de momentos difíceis dos quais não temos como fugir.
Contudo, ainda que as lembranças deles permaneçam, urnas funerárias ou mesmo jazigos em cemitérios podem não ser as únicas opções possíveis para quem deseja prestar uma última homenagem ou mesmo dedicar uma espécie de memorial para quem foi tão especial em vida.
Você pode não conhecer, mas existem dezenas de serviços diferenciados que se utilizam de elementos tecnológicos para transformar as suas lembranças em elementos presentes no seu cotidiano. Ou, ainda, que tal manter um memorial online dedicado à pessoa que você tanto estima?
Embora o Brasil ainda esteja engatinhando nesse segmento, em outros países o número de homenagens diferenciadas é cada vez maior. RFID, velórios online e até mesmo o envio das cinzas para o espaço são algumas das alternativas com as quais você pode contar para se despedir das pessoas que ama.

A hora mais difícil

Por mais que você seja forte e encare com serenidade a notícia da morte de um familiar, o momento inesperado em que o falecimento ocorre sem dúvida tem forte impacto e deixa muitas pessoas desnorteadas. Para quem está em uma cidade distante, por exemplo, se deslocar de uma hora para outra para acompanhar um velório pode ser uma tarefa complicada e, muitas vezes, inviável em função do tempo.
A Urbam (Urbanizadora Municipal), da cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, oferece gratuitamente um serviço de velório online, por exemplo. Assim, caso você não possa comparecer à cerimônia,  você recebe, com a autorização dos familiares, um link para o streaming das condolências.
Além disso, o pacote de serviços inclui ainda a possibilidade de mandar mensagens virtuais para os familiares, uma maneira respeitosa e prática de se mostrar solidário em momentos como esse. A solução é ainda uma alternativa para quem não se sente bem em ambientes fúnebres.

O Orkut dos mortos

Cemitério virtual francês
Fonte da imagem: Le Cimetiere / Reprodução
Imagine um cemitério virtual em que todos os perfis cadastrados são de pessoas falecidas. Essa ideia existe e, acredite, tem muitos adeptos. O site francês Le Cimetiere, por exemplo, conta com mais de 10 mil tumbas virtuais.
A ideia surgiu quando o proprietário, Coing-Daguet, decidiu criar um site para homenagear seus artistas preferidos já falecidos. O serviço, contudo, não é gratuito. Para incluir uma foto em um perfil é preciso pagar cerca de 1 euro por imagem. É possível, com seu cartão de crédito, comprar flores virtuais para depositar no túmulo. 
O serviço não é único no mundo. Na mesma linha, sites como o português Campa Virtual ou o equatoriano Jardin Celestial oferecem ferramenta similar mediante pagamento. Já para quem pretende encontrar onde um ídolo está enterrado, sites como o Find a Grave funcionam como uma espécie de “Google dos jazigos”. 

Além da vida

Depois do enterro dos seus familiares, muitos mantêm a tradição de visitar regularmente o cemitério para deixar o túmulo sempre limpo e bem cuidado além, é claro, de matar a saudade e utilizar o momento para reflexão. 
Entretanto, se depender de alguns cemitérios japoneses, a tradição de cremar os mortos e armazenar os restos mortais em urnas pode ganhar um pitada de tecnologia para tornar o ambiente muito mais particular. 
A falta de espaço nos cemitérios tradicionais é um grande problema no país. Assim, algumas empresas criaram cemitérios verticais que ocupam vários andares de edifícios. O diferencial fica por conta da maneira como as urnas são exibidas para os visitantes.
Cada frequentador pode dispor de uma sala especial, com TV e música ambiente, onde são exibidos fotos e vídeos do falecido em vida. Além disso, os espaços contam com auditórios para cultos ecumênicos, integrando tradição e tecnologia. O acesso às urnas é feito via cartões RFID, para garantir a segurança e a privacidade no local.

Mais perto do que você poderia imaginar

Algumas das tecnologias que listamos acima podem ser meros complementos comparado a tudo aquilo que é possível fazer com as cinzas dos seus familiares. Para aqueles mais ousados ou com o bolso em melhores condições, é possível transformar a pessoa amada em um objeto precioso ou mesmo levá-la para um último passeio em um lugar improvável.
Listamos algumas opções inusitadas do que é possível fazer com os restos mortais. Caso você tenha condições financeiras, sabia que é possível até mesmo depositar as cinzas no espaço para todo o sempre? 

A mais bela das imagens 

Algumas das pinturas nas quais suas cinzas podem se transformar
Fonte da imagem: Loved Ones Art / Reprodução
Certamente você deve ter em sua casa um quadro na parede. Independente do estilo ou da técnica utilizada, as imagens servem para decorar a sua casa ou mesmo relembrar de um lugar muito especial. Mas e que tal transformar as cinzas em pintura? 
Essa foi a ideia do pessoal da Loved Ones Art. A empresa trabalha com um processo que transforma as cinzas do falecido em pigmentos para tinta que, em seguida, é utilizada por artistas para compor um quadro.
No site da empresa há ainda uma galeria de imagens para que você escolha a pintura que mais se adequa à pessoa que você quer homenagear. Se preferir, você pode optar por uma imagem exclusiva. O serviço conta com entrega no mundo todo.

A mais belas das canções

Site transforma cinzas em vinis
Fonte da imagem: And Vinyly / Reprodução
Se arte não é bem o seu perfil e você prefere uma lembrança um pouco mais musical, que tal transformar as cinzas em um vinil com as suas canções favoritas? É justamente essa a ideia da empresa britânica And Vinyly.
O processo não é barato.  Para se ter uma ideia, é preciso adquirir um pacote com 30 vinis ao custo de 3 mil libras, cerca de R$ 8 mil. As cópias podem conter qualquer canção que você deseje ou, se preferir, uma equipe de DJ pode criar composições especiais.

Brilho eterno de uma lembrança

Que tal virar um diamante?
Fonte da imagem: LifeGem / Reprodução
Se aquela pessoa que foi embora era mesmo muito especial, que tal transformá-la na mais bela e preciosa das pedras, o diamante? Os preços variam de US$ 2,5 mil a US$ 25 mil e o consumidor pode escolher onde a mais nova pedra preciosa vai figurar. 
O valor é apenas para a gema. Caso você queira colocá-la em um anel ou em um pingente deverá considerar os custos adicionais. Segundo informações do site LifeGem, a empresa afirma que mais de 4 mil pessoas já foram transformadas em pedras preciosas depois de deixar esta vida.
O site disponibiliza ainda uma lista de gemas para que o usuário o escolha qual delas melhor se enquadra no seu perfil. E, como os diamantes são eternos, essa é a melhor garantia que a pessoa que você tanto ama viverá para sempre não só em suas recordações.

A fronteira final 

O espaço pode ser a sua última morada
Fonte da imagem: NASA
Se o planeta Terra não será mais o seu lar, que tal mudar de ares e encontrar o descanso eterno no espaço? Sem dúvida, essa é a opção mais curiosa de todas. A viagem é feita do lado externo da espaçonave e, ao entrar em órbita, ela abre a urna e deixa os restos mortais no espaço. 
O destino ainda é um privilégio para poucos. Gene Roddenberry, criador da série Star Trek, e James Doohan, que interpretava o personagem Scotty na série original de Jornada nas Estrelas, foram apenas alguns dos que embarcaram nessa viagem sem volta.

Energia para a vida

Caso você não tenha condições de escolher nenhuma das opções acima ou ainda prefira os métodos tradicionais de velório e enterro, outra opção a ser considerada é a possibilidade de estar em um local onde os mortos é que geram a energia para os vivos.
A solução foi encontrada na Espanha, em um povoado chamado Santa Coloma de Gramenet. No local foram instalados 462 painéis solares que geram energia para 60 casas. Com 124 mil habitantes em uma área de 4 quilômetros quadrados, os painéis no cemitério foram a solução para a falta de uma área aberta na cidade que pudesse abrigá-los. 
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