Teletransporte, campos de força, ciborgues – obras de ficção são responsáveis por difundir muitas ideias que, infelizmente, parecem longe de se tornar realidade. Porém, como prova a história, muitas vezes é uma simples questão de tempo até que aquilo que se imaginou impossível comece a fazer parte de nossas vidas.
Podemos ainda não ter os carros voadores nem as máquinas de preparar comida a partir do nada, presentes em desenhos como “Os Jetsons”, mas muitas tecnologias que antes eram mera ficção já se tornaram rotineiras. Exemplo disso são os smartphones atuais, que não só reproduzem voz, como permitem a comunicação por vídeo com usuários localizados em qualquer parte do mundo.
Neste artigo reunimos algumas das tecnologias surgidas na ficção que, se já não estão disponíveis em larga escala, parecem muito próximas disso. Por questões de espaço, deixamos de fora algumas das invenções mais conhecidas (como o submarino), para nos focar naquelas que têm tudo para mudar a forma como interagimos com o mundo nos próximos anos.
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Teletransporte
Já imaginou não ter mais que se preocupar com horários, tampouco gastar longos períodos do dia em meio ao trânsito confuso de uma grande cidade? Não é à toa que a tecnologia do teletransporte é algo tão desejado – afinal, poucas coisas seriam mais convenientes que transpor grandes distâncias de forma instantânea.
Fonte da imagem: CBS
Embora ainda esteja longe o dia em que você vai poder acordar em São Paulo, almoçar em Paris e terminar a noite em uma boate de Tóquio, a tecnologia de teletransporte já é realidade. Em 2009, pesquisadores da Universidade de Maryland conseguiram transportar um átomo para uma cerca de um metro de distância do ponto inicial.
O feito pode não parecer impressionante, mas foi responsável por um grande avanço no campo da física quântica. Além de permitir no futuro o transporte de moléculas complexas e vírus, a tecnologia já demonstra seu potencial no campo da computação.
Em vez de usar cabos e fios para o transporte de informações, cientistas pretendem criar máquinas ainda mais poderosas e velozes que as atuais. Infelizmente, pesquisas indicam que deve demorar alguns anos até surgirem as primeiras máquinas operando a partir da computação quântica – clique aqui para conferir mais detalhes sobre a tecnologia. Quanto ao transporte imediato de pessoas, tudo indica que isso será algo que nunca passará de mera ficção.
Carros voadores
Como infelizmente parece que nunca será possível simplesmente se teletransportar para o trabalho, nada melhor para escapar do trânsito do que voar sobre ele. Carros voadores e jetpacks parecem ser a alternativa ideal para se locomover mais rapidamente, com o bônus de oferecer uma visão mais agradável da cidade.
Por módicos US$ 200 mil, qualquer pessoa pode adquirir uma unidade do Terrafugia, um veículo híbrido que reúne as melhores características de carros pessoais e aviões. Caso não disponha de tanto dinheiro, a opção é entrar para o exército e esperar que um dia sua unidade conte com ao menos um dos Humvees blindados desenvolvidos pela DARPA.
Fonte: Dvice
Porém, quem espera por um cenário mais próximo ao mostrado em desenhos como “Os Jetsons” ou filmes como “Minority Report” e “Eu, Robô”, vai ficar decepcionado. Não só o uso de carros voadores em grande quantidade aumentaria o risco de acidentes, como exigiram a construção de cidades totalmente novas. Afinal, não só os edifícios teriam de ser mais espaçados entre si, como seria necessário construir uma quantidade imensa de pistas de pouso.
Jetpacks
Uma opção mais viável parecem ser os jetpacks, uma espécie de mochila gigantesca acoplada às costas do usuário capaz de propulsioná-lo pelos ares. Mencionados pela primeira vez durante a década de 1920, a tecnologia teve os primeiros protótipos desenvolvidos nos anos 60 e está disponível em modelos das mais diversas fabricantes.
Quem tiver cerca de US$ 86 mil sobrando na conta pode investir na compra do Martin Jetpack, desenvolvido pela neozelandesa Martin Aircraft Company. Com autonomia de 30 minutos e paraquedas balístico incluso, o preço cobrado inclui as aulas de pilotagem necessárias para operar o aparelho.
Fonte da imagem: Divulgação/Martin Aircraft Company
Porém, o uso de jetpacks sofre com os mesmos obstáculos dos carros voadores – cidades pouco adequadas e grandes riscos de acidentes. Embora a FAA (Federal Aviation Administration) tenha planos para desenvolver rodovias elevadas nos Estados Unidos, deve demorar ao menos 10 anos até que o uso de máquinas voadoras em larga escala seja possível de forma segura.
Telepatia
Por mais adaptados que estejamos aos teclados atuais, o modo ideal de escrever um texto seria simplesmente sentar em frente à tela e começar a pensar. Além de evitar dores por causa de esforços repetitivos, esse processo iria aumentar significativamente a produtividade mundial – e, quem sabe, ajudá-lo a finalmente escrever aquele romance épico que sempre sonhou.
Ao menos se depender de invenções como a de Justin Williams, estudante da Universidade de Wisconsin, transformar pensamentos em textos não deve demorar. Usando um capacete com eletrodos, ele foi capaz de postar a seguinte mensagem no Twitter: “USING EGG TO SEND TWEET” (usando o egg para mandar um tweet). Pena que, no estágio atual, o ritmo de digitação é de somente 8 caracteres por minuto.
Ciborgues
Devido a um terrível acidente de trânsito, uma pessoa sofre ferimentos que obrigam os médicos a tomar medidas drásticas: amputar a mão. Porém, isso não significa que a pessoa vá ficar marcada pelo resto da vida – afinal, já está agendada uma cirurgia para a implantação de um membro mecânico com aparência e comportamentos idênticos à do original.
Embora cenários do tipo pareçam improváveis em longo prazo, pesquisadores da Universidade de Utah já mostraram que não são exatamente impossíveis. Um estudo de 2009 mostrou que eletrodos colocados na superfície do cérebro são capazes de controlar máquinas de forma precisa, em um processo considerado pouco invasivo quando comparados a outras técnicas.
Segundo Bradley Greger, professor assistente de bioengenharia e coautor do estudo, os avanços obtidos permitem se comunicar com áreas sensíveis do cérebro, como aquelas que controlam a fala, memoria e funções cognitivas. Espera-se que, em alguns anos, isso signifique o desenvolvimento de próteses mais eficientes e interfaces de comunicação que facilitem a vida de quem perdeu a fala.
Com isso, não parece mais tão distante o dia em que militares vão desenvolver supersoldados com partes inorgânicas. Ou, se você prefere um cenário menos agressivo, a tecnologia pode ajudar muita gente a voltar a ter uma vida normal, sem depender de ajuda para realizar nenhuma tarefa.
Adamantium
Mesmo quem não é fã de quadrinhos conhece o mutante baixinho e invocado conhecido como Wolverine. Além de um fator de cura que o torna praticamente invulnerável e imortal, o canadense é conhecido pelo conjunto de garras capazes de rasgar qualquer coisa – também pudera, todos seus ossos são revestidos de adamantium, um metal inquebrável e que permanece afiado para sempre.
Fonte da imagem: Marvel
Através de um processo conhecido como nanolaminação, a empresa norte-americana Modumetal foi capaz de desenvolver um metal com propriedades semelhantes. Através de um processo eletroquímico que rearranja os átomos, a companhia foi capaz de desenvolver um produto mais resistente, livre de corrosão e praticamente indestrutível.
Porém, mais do que revestir ossos, a invenção deve interessar mesmo aos governos. Afinal, construções com tais propriedades não só seriam mais duradouras, como poupariam milhões de dólares em manutenção, compensando em muito a elevação no preço das construções.
Escravos em escala nanométrica
Há tempos a nanotecnologia já faz parte de nosso dia a dia. E não é preciso ir muito longe para ver a aplicação prática que a técnica possui: provavelmente o processador de seu computador e o monitor que exibe este texto possuem algum tipo de nanotecnologia em sua construção, seja para aumento de desempenho ou diminuição do tamanho final do produto - clique aqui para conferir 11 fatos curiosos sobre a tecnologia.
Porém, por mais avanço que a área tenha visto nos últimos anos, o cenário não é exatamente aquele visto na ficção. Em vez de termos robôs inteligentes capazes de se reproduzir infinitamente, ainda são necessários laboratórios especializados e o uso de mecanismos delicados para criar objetos em escala nanométrica.
Fonte da imagem: io9
Tudo isso tende a mudar nos próximos anos, ao menos se depender de uma pesquisa publicada em maio de 2010 na revista científica Nature. Nela, cientistas descrevem o processo de criação de uma verdadeira linha de montagem em escala manométrica em que, a partir de partículas de DNA, são criadas novas máquinas de forma totalmente autônoma.
Atualmente, a técnica só é capaz de construir robôs responsáveis por reunir partículas de ouro em oito formatos diferentes. Porém, a pesquisa abre precedentes importantes, e não é exagero imaginar uma verdadeira explosão de nanomáquinas sendo empregadas nas mais diferentes indústrias.
Além de diminuir os custos de produção e aumentar a segurança de trabalhos, o uso de máquinas nanométricas que se reproduzem automaticamente também pode representar avanços para a medicina. Embora ainda pareça algo restrito a um futuro distante, fica mais fácil imaginar o dia em que pequenas máquinas vão percorrer nossos corpos e nos livrar imediatamente de doenças perigosas como a AIDS e o câncer – ou simplesmente eliminar de vez as gordurinhas que acumulamos diariamente.
Campos de força
Embora ainda esteja longe o dia em que poderemos contar com uma aura de proteção digna dos melhores episódios de Star Trek, a Boeing já desenvolveu tecnologias que podem ser consideradas como uma espécie de campo de força. A diferença é que, em vez de assumir a posição defensiva da ficção científica, a tecnologia da vida real foi desenvolvida para o ataque.
Fonte da imagem: Boeing
Batizada com o sugestivo nome MATRIX, a tecnologia se trata de um laser altamente concretado capaz de detectar e atacar qualquer objeto que se aproxime. O que realmente impressiona é o tamanho relativamente pequeno dos aparelhos que tornam isso capaz, podendo ser carregados sem problemas por um grupo pequeno de soldados.
Contando com o financiamento da Força Aérea Norte-Americana, não é de se espantar se a Boeing consiga desenvolver nos próximos anos unidades de uso pessoal para cada soldado. Embora seja totalmente invisível e silenciosa quando comparada com os campos de força da ficção, a tecnologia cumpre o mesmo papel: proteger o usuário de qualquer coisa que se aproxime.
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